sexta-feira, 6 de abril de 2012

Educação dos filhos


A  EDUCAÇÃO  DOS  FILHOS



“Herança do Senhor são os filhos: o fruto do ventre seu galardão”. Sal. 127:3.



            Depois do relacionamento entre os cônjuges, o relacionamento mais  importante na vida do casal é o deles com os filhos. Os filhos são dados como herança de Deus, embora muitas vezes,  no decorrer de nossa vida de pais, sintamo-nos  tentados a pedir ao Senhor  que tome conta sozinho por uns tempos, do presente  que nos deu.

            Gosto sempre de dizer que os filhos são  como amplificadores nossos, sendo a forma mais segura de levar-nos  a ultrapassar nossas próprias limitações. Não há nada que possamos sentir em nós mesmos que se compare a dor que  sentimos se alguma tristeza  ou sofrimento se abate  sobre um filho nosso. Em compensação,  não há alegria que nos advenha  comparável aquela que  sentimos quando um filho nosso é feliz ou alcança um sucesso almejado.

            Entretanto,  da mesma forma que o calor do sol endurece o gesso mas derrete a cera, que faz bem a nossa saúde, mas mata os micróbios, os filhos podem servir de traço de união ou separação entre o casal. 

            Os  atritos que surgem com relação aos filhos podem surgir de fatores tão variados quanto ao número de filhos que cada um  deseja ter, a hora em que devem  lançar-se a essa aventura(um pode querer ter os filhos logo, e um em seguida do outro, e o seu cônjuge,  pode querer esperar mais e ter os filhos com maior intervalo), e até mesmo,  em alguns casos,  se devem ou não terem filhos. Mesmo depois de aplainarem essas dificuldades  iniciais,  vem aquelas causadas pelas diferenças  de opiniões quanto ao modo  de educarem os filhos.

            Efésios 6:4: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na admoestação do Senhor”. Esse versículo responde a diversas perguntas  com relação a educação dos filhos: quem, o que e como?



1.      Vejamos a quem são dirigidas essas palavras de instrução.

O pai e a mãe,  como uma unidade, são responsáveis pela educação dos filhos. Embora a mãe, por ser aquela cujo próprio corpo abriga e alimenta o filho, que passa mais tempo junto dela nos primeiros anos de vida, esteja intimamente ligada ao seu desenvolvimento, ela não é a única responsável pelos filhos. Êxodo 20:12 diz: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolongue os teus dias  na terra que o Senhor teu Deus te dá.” “Filho meu, ouve o ensino de teu pai, e não deixe a instrução de tua mãe”. Provérbios 1:8.

            Quando a Palavra de Deus fala aos pais, está se referindo aos dois. A tarefa de educar aos filhos é dada ao pai e a mãe, com  a do pai acrescida de ser a cabeça do lar.

            Entretanto,  é bastante comum os pais se omitirem à tarefa de cuidarem  pessoalmente dos filhos.  Muitos usam a desculpa do trabalho ou de outras atividades  em que estão envolvidas para deixarem  as crianças totalmente por conta das esposas, especialmente se estas não trabalham fora de casa.



2.      Se ambos os pais são igualmente responsáveis pelo cuidado dos filhos, o que,  exatamente devemos fazer?



Que tipo de instrução lhes são  dirigidas?  Cabe aos pais a obrigação de criar aos filhos , pois este verbo aparece no imperativo: “criar”,  o que indica não ser uma opção para qualquer um dos dois.  As crianças não crescem automaticamente como Deus deseja que venham a ser, elas brigam, batem, mordem, tomam brinquedos umas das outras, judiam dos mais tímidos, e algumas vezes são cruéis.

            O Dr. Bruce Narramore, em seu livro: “Socorro, temos filhos”,   apresenta-nos quatro  necessidades básicas das crianças, que os pais devem satisfazer:



A . Necessidades Espirituais.

            É nossa (pais) a necessidade de ensinar a nossos filhos acerca do pai do céu e das verdades eternas.



B. Necessidades Físicas.

            Cabe aos pais a responsabilidade de promover o melhor que puderem  para seus filhos,  cuidando das necessidades básicas  para uma boa saúde que se refletirá inclusive  no desenvolvimento mental da criança.



C. Necessidades  Emocionais.

            A criança precisa acima de tudo, saber que é amada e sentir-se segura da presença dos pais. É  por isso que a separação de um casal é uma tragédia  tão grande para os filhos, pois  solapa a base sobre a qual  repousa o equilíbrio emocional da criança.



D. Todas as Necessidades.

            Não obstante nossas imperfeições, temos que nos esforçar para  suprirmos da melhor maneira  possível  todas as necessidades  de nossos filhos, sem desanimar, porque “o amor cobre multidões de  pecadores” I Pedro 4:8.



3.      O terceiro aspecto da educação dos filhos, agora que já vimos quem é responsável por ela, e o que ela deve visar alcançar  na vida dos pequeninos, é o de como vamos atingir  este objetivo.  



O versículo que nos serve de base apresenta dois aspectos  fundamentais do processo  educacional, sendo o primeiro negativo: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos a ira”, e o segundo positivo: “cria-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. (Efésios 6:4). Colossenses  3:21 usa ainda palavras  mais  fortes para mostrar o que não devemos fazer: “Pais, não irritais os vossos filhos. Antes, ensinam  que não devemos trata-los  da maneira que se sintam  frustrados,  derrotados, amargurados, hostis, preguiçosos,  pessimistas, negativos, atemorizados,  inseguros, rebeldes, ressentidos, desviando-se do caminho do bem. Para evitar que isso aconteça, devemos:



A . Não esperar deles mais do que são capazes de dar ou fazer.

            Não há nada tão corrosivo para a auto-estima da criança quanto a sensação de não corresponder  ao que se espera dela.  Além das limitações próprias de cada idade,  como nos ensina a passagem acima, devemos avaliar as aptidões de nossos filhos,  para ajudá-los a desenvolverem-nas ao máximo,  sem contudo exigir deles o que não podem dar ou alcançar.  É muito comum os pais sentirem que seus filhos  são uma extensão deles próprios, ao invés de pessoas em si mesmas.  Assim, tudo o que a criança faz ou deixa de fazer reflete-se sobre a imagem dos pais. , passando-se estes a exigir dela perfeição de comportamento, inteligência e dons. A criança não  pode administrar  as próprias limitações,  pois sente que não será amada se os pais descobrirem  que é imperfeita. Se ao contrário, sentir-se aceita e amada como é, a criança terá ânimo para dar o melhor de si mesma.



B. Aceitar nossos filhos como eles são não significa que vamos deixá-los crescer  ao léu.

            Ao ensinarmos os nossos filhos as coisas boas, devemos  ter me mente que o caminho em que a criança deve andar  não é um só para todos, mas que atente para as suas características específicas. Nossos filhos também são diferentes, cada um deles com  suas características especiais. Precisamos conhecer quais são para podermos educá-los  segundo suas próprias necessidades.  Tentar encaixá-los a todos na mesma forma é uma boa maneira de desanimá-los.

            Para educarmos nossos filhos, segundo suas características especiais, entretanto, teremos de conhecê-los bem, essa é uma tarefa que requer tempo. Não é em poucos minutos que  distinguiremos o caráter e as tendências das crianças.

            Devemos nos lembrar que, se temos obrigação de ensinar palavras boas aos nossos filhos, temos também a enorme responsabilidade de viver de acordo  com o que ensinamos. Observar que os pais ensinam uma coisa  mas vivem outra leva a criança ao desânimo e a frustração.

           

C. Não adianta esperar que, pelo simples fato de termos ensinado nossos filhos o que é certo,  através de palavra e exemplos, eles vão sempre agir como certo.

            Haverá hora em que precisaremos repreendê-los. Entretanto, a nossa repreensão deve ter o objetivo de ajudá-los a crescer, a se desenvolver,  e não desanimá-los e não faze-los sentirem-se diminuídos. É especialmente danoso  o hábito de rotularmos nossos filhos,  chamando-os de  “molengos”, “estúpidos”, “idiota”, “língua de trapo”, e mesmo os mais inofensivos como “desajeitados”  e assim por diante. Estes rótulos,  mesmo quando reconhecidamente  merecidos, ficam gravados no íntimo da  criança, e a  perseguem por toda a vida, abalando a confiança que tem no próprio valor.



D. Outra maneira de levarmos nossos filhos ao desânimo e a irritação é a de não permitirmos  que errem.

Atacamos cada erro deles como se fosse uma ofensa pessoal. Entretanto, o erro pode ser uma ferramenta eficaz no ensino. É lógico que podemos permitir que a criança  experimente alguma coisa  que represente um perigo verdadeiro  para si. Contudo, se já tiver sido ensinado  a ela que não deve fazer algo por ser prejudicial, e ela insistir em faze-lo, aprenderá a lição por  si mesma e adquirirá mais confiança  ainda nos pais.  A mãe diz ao Joãozinho para não chegar perto do forno, por que está quente. O menino fica por ali, mas a mãe insiste para que ele se afaste, ao faze-lo passa bem perto do forno e encosta nele a mão, retirando-a logo em seguida com um gritinho de dor. Aprendeu as próprias custas que deveria ter obedecido a mãe.  Esta não precisa dizer mais nada. A lição está muito bem aprendida.

Ás vezes,  um aparente desobediência é uma simples ignorância  do que é esperado deles. É necessário explicar  claramente as regras,  regulamentos e expectativas  que temos para com nossos filhos. Toda a disciplina requer o estabelecimento de limites, mas esses deverão ser delineados com clareza, ou levarão a criança  à frustração, à hostilidade e ao ressentimento. A criança só estará  desobedecendo se estiver  deliberadamente  contrariando uma ordem  clara que lhe foi dada.



E.     Entretanto,  não somos perfeitos nem tampouco  são perfeitos nossos esforços  em educar nossos filhos. Uma das coisas mais importantes  que os pais podem fazer  é reconhecer que erraram  e pedir perdão aos filhos.

Muitos pais evitam isso, mesmo quando reconhecem haver errado, por achar que perderão o respeito dos filhos. Entretanto, dá-se o contrário, por que na maior parte das vezes a criança já sabe intuitivamente  que o adulto errou. A admissão do erro ajuda a criança de duas formas: ela começa a reconhecer nos pais,  seres humanos falíveis,  mas amorosos e devotados, e a aprender a perdoar.  Ao tomar consciência da imperfeição  dos pais  a criança passa a aceitar com mais  tranqüilidade suas próprias limitações. Esse clima de aceitação e perdão dentro do lar e entre os membros da família é de suma importância para o desenvolvimento  de filhos bem ajustados e felizes.



F.     O aspecto mais abrangente para  assegurar que nossos filhos  não fiquem desanimados  ou irritados é, sem dúvida,  o amor e a aceitação que demostramos para com eles.

Parece que se é dispensável falar  que os pais precisam amar a seus filhos, pois achamos que fazemos isso naturalmente. Entretanto, quantas vezes não demonstramos esse amor. Somos ríspidos, exigentes, intolerantes, ou então, simplesmente supomos  que nossos filhos entendem que os amamos sem que jamais lhes tenhamos dito isso. O amor tem que ser manifestado através do carinho  físico, de palavras de estímulo e apreciação,  de elogios bem dosados, dos gestos que traduzem a importância  que tem para nós, dando-lhes o nosso tempo e atenção, conversando com eles, tentando ver as coisas da perspectiva deles. Quantas vezes a criança aceita com facilidade uma restrição que  é imposta ao sentir  que os pais a impõem  mas   compreendem como ela se sente.

Além de educarmos as nossas crianças de maneira a não ficarem irritadas, precisamos trabalhar os aspectos positivos  de seu desenvolvimento. Não basta deixarmos de fazer as coisas erradas. Precisamos concentrar nossos esforços nas certas.

A passagem de Efésios 6:4 nos diz que devemos criá-los  na disciplina e na admoestação do Senhor”. O que isso significa em termos práticos? O que é disciplina do Senhor?

A disciplina de Deus é fruto de seu amor por nos e visa o nosso  aperfeiçoamento. Disciplina não é castigo.  Entretanto, a finalidade da disciplina  é o aprimoramento, é a santificação.

Uma condição essencial  para a disciplina seja  eficaz é o acordo entre os pais quanto ao que será exigido da criança e a medida  a ser usado para assegurar a obediência e regras estabelecidas. Se o filho sentir que um dos pais diz  uma coisa  e outro diz outra, ficará inseguro quanto ao que fazer, e tirará proveito da situação jogando um dos pais contra o outro, evitando obedece quando isso não lhe convier. Por exemplo, a mãe diz que a criança não pode chupar balas antes do jantar, mas o pai não tão envolvido quanto a mão com o problema da alimentação dos filhos,, não considera importante faze-la cumprir  essa ordem. Júnior logo percebe que essa ordem não faz diferença, e apela para o pai  quando quer fazer isso. Quando a mãe vê o que o filho fez e o repreende,  logo responde: “mas o papai deixou”.  O resultado final desse tipo de desunião entre os pais  pode ser desastroso, pois daí em diante a criança a usará como arma  para escapar ao cumprimento das ordens, jogando um dos pais contra o outro.

Embora os diversos aspectos da disciplina requeiram grande parte do nosso tempo e esforços, não devemos  esquecer de separar tempo  para cultivar o amor e a amizade de nossos filhos. A medida que convivemos com eles, vamos construindo um museu de recordações. Devemos nos esforçar  para guardar nele  um grande número de memórias felizes, que servirão para sustentá-los nas horas  de reprovação ou correção.  Nem sempre os grandes momentos que planejamos com tanto cuidado constituem a maior parte do acervo desse museu. Muitas vezes são os pequenos momentos  que deixam marcas indeléveis na memória.



CONCLUSÃO:



Pais sábios, além do tempo que devotam aos filhos em geral,  separam tempo para cada um deles em particular: Um passeio especial, sozinho com o papai ou com a mamãe, uma horinha para compartilhar algum acontecimento alegre ou algum desapontamento, transformam-se  em preciosa dádiva que os pais devem dar a seus filhos.    

        


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