Pessoas existem
que fazem interessantes coleções, como por exemplo um advogado de São Paulo,
que coleciona as frases escritas nos caminhões; cognominadas por alguém como a
sabedoria do irmão da estrada, sem dúvida, muitas delas originais e utilíssimas
para o nosso folclore.
Há muitos anos,
interessei-me pelo estudo dos nomes de pessoas, colecionando interessante
material, que desejo repartir com aqueles que se interessam pelo assunto.
O estudo dos
nomes é atrativo, tanto no seu significado etimológico, quanto na
excentricidade que alguns deles apresentam, a começar com a Bíblia, onde o nome
tinha um significado mais profundo e mais pessoal, porque o nome revela o
caráter, ou alguma circunstância por ocasião do nascimento ou da personalidade
de quem o recebia, parecendo que os pais, contra a própria vontade, sabiam
profetizar com exatidão, o que iria acontecer.
Sirvam de
confirmação os seguintes exemplos:
a)
Matusalém, cujo nome significa, quando eu morrer virá o
dilúvio. Ellen G. White diz que Matusalém morreu no ano do dilúvio.
b)
Esaú foi chamado de Edom, por ser apreciador de um
manjar vermelho, o guisado de lentilhas. Edom em hebraico significa vermelho.
Esta é a razão dos descendentes de Esaú até hoje serem chamados de edomitas.
Tão abarcante é
o estudo dos nomes na Bíblia, que seria necessário uma extensa monografia, para
estudá-los satisfatoriamente. Em nossa apostila sobre as Testemunhas de Jeová
(III Edição) há um estudo de 18 páginas para os nomes de Deus e de Cristo nas
Sagradas Escrituras. Apenas acrescentarei o seguinte: Isaías fala sobre a vinda
do nome de Javé. Que significa isto? Significa que o nome Javé representa a
plenitude do poder, santidade e graça de Deus, revelados em Seu caráter.
Os Salmos associam
o nome de Javé com a sua Justiça (89:15-16), com sua fidelidade (89:24), com
sua salvação (96:2), com sua santidade (99:31), com sua bondade (100:4-5), com
seu amor (119:55), com sua verdade (138:2), e com sua glória (148:13).
A Bíblia nos
diz que pela nossa vida podemos blasfemar, poluir, desonrar o nome de Deus e
podemos também dar graças, temer, honrar, proclamar e bendizer o Seu santo
nome.
Em 1958,
apresentei, numa capela de cultura geral, o significado dos nomes de nossos
alunos dos cursos colegial, normal, comercial e teológico.
Em 1961, noutra
capela, fiz novamente um estudo de nomes curiosos e excêntricos existentes em
nossa pátria – Citamos vários trocadilhos e brincadeiras semelhantes a esta,
que naquele tempo tinha muita significação:
Eu pinto telas, e o Jânio Quadros.
Eu sou de ferro, e o Ademar de Barros.
Eu compro uma chácara, e o Henrique Teixeira Lott.
Eu dou salto, e o Mário Pinotti
(era o ministro da Saúde).
Eu sou sincero, e o Cid Franco.
Se eu não fizer, o Alfredo Fará.
No estudo dos
nomes encontramos alguns que são pitorescos e curiosos, enquanto outros são
extravagantes, ridículos e estultos.
Sabemos muito
bem que o nome, mais do que uma simples e despretensiosa convenção social,
funciona como o cartão de visita de uma pessoa, sua apresentação aos outros,
sua própria aceitação dentro da sociedade.
Para certas
pessoas, seus nomes excêntricos, exercem influência psicológica deprimente ou
mesmo nociva sobre a personalidade, como é fácil provar.
Por exemplo, é
sempre humilhante para um homem, possuir um nome feminino como muitos já
constataram.
A Revista Veja,
09/10/74, noticiou o seguinte: A noiva de um moço de Belo Horizonte, chamado
Florisbelo, exigiu que ele o trocasse por um outro, mais masculino.
Em Teófilo
Otoni, uma conhecida cidade de Minas, uma menina cuja mãe morreu no parto
recebeu o cruel e fatídico nome de Assassina.
Nomes exóticos
como os de Florisbelo e Assassina, o antropólogo San Martins, já coletou às
centenas em Minas Gerais, ao longo de um paciente trabalho que consumiu mais de
10 anos Ele pretende reuni-los, agora, no seu Manual de Folclore, a ser editado em breve. Algumas das
preciosidades, ele antecipa:
Em Catas Altas,
pequena comuna na região de ouro Preto, vivem as irmãs Fé, Esperança e Caridade.
Em São Francisco, um político arrebanha votos anunciando seu nome de Brasiliano
Brasílio Brás. Na Zona da Mata, os irmãos Lacerda foram batizados, pela ordem,
como Cifra, Cedilha, Vírgula e Cifrão.
Muitos desses
nomes extravagantes são anteriores ao decreto federal n.º 4.857, de 9 de
novembro de 1939, que determinava explicitamente, em seu artigo 69, que
"os oficiais do registro civil não podem registrar prenomes suscetíveis de expor ao
ridículo seus portadores".
Psicólogos nos
advertem que um nome fora dos padrões normais, pode significar um peso
intolerável para uma criança que o carregue, levando-se em conta as
brincadeiras absolutamente naturais, mas também naturalmente cruéis de seus
companheiros. O nome ridículo pode marginalizar a criança, levando-a a um perigoso trauma psicológico.
Apesar da
determinação do governo, de 1939, nomes inconvenientes continuaram sendo
colocados com a conivência de certos cartórios, por isso, em 1974, o senador
Rui Santos, insistiu na mesma tecla, encaminhando um projeto para que os
oficiais do Registro civil não registrem nomes, que criem constrangimento aos
seus portadores: Rui Santos, lembrou, ao justificar sua iniciativa, que desde
quando era deputado vinha condenando o abuso "da invenção de nomes para
dar a filhos".
O que mais me
admira neste sentido, não é tanto os nomes extravagantes que pais
irresponsáveis e ignorantes, muitas vezes, com pretensão de originalidade,
atribuem aos seus filhos, mas sim, os responsáveis pelos cartórios, que se
espera, sejam mais esclarecidos, registrarem estas esquisitices.
Observe este
nome Catacisco, colocado no filho em virtude de tomar uma parte do nome paterno
Francisco, e outra do nome materno Catarina.
Existem mais
pessoas do que imaginamos, que têm aversão ou, mesmo horror ao nome que possuem
e de bom grado o trocariam por outro.
A Mudança do Nome
Pode uma pessoa
mudar o seu nome?
De acordo com o
Curador Geral dos Registros Públicos, os nomes apenas podem ser mudados, nos
casos em que as pessoas receberam nomes ridículos como: Himeneu Casamentício
das Dores Conjugais, Camilo de Cadê o Negócio, Manoelina Terebintina Capitulina
do Amor Divino, Rosa Simione de Cavalo Brito.
Caberia bem
neste estudo, um aspecto dos nomes que foram substituídos por pseudônimos,
muitos dos quais se notabilizaram em vários ramos da atividade humana, mas
parece que com certa ênfase na literatura. Podemos citar alguns bastante
conhecidos:
A famosa
poetisa Chilena, Lucila Godoy
Algayaga, prêmio nobel de literatura, conhecidíssima pelo pseudônimo de
Gabriela Mistral.
Tristão de
Ataíde, nosso famoso crítico literário, tem como nome real Alceu de Amoroso
Lima.
Quais seriam os
fatores conscientes e inconscientes que levaram Poquelin a mudar para Moliere,
Beyle para Stendhal, Tribault para Anatole
France, Herzog para André Maurois,
Langhorne Clemens para Mark
Twain, Lucila Dupont para o nome masculino de George Sand e para concluir, Voltaire
que aos 24 anos trocou o nome de família, que era Arouet o que adotou e com o qual se tornou
célebre.
Os chineses
davam aos filhos um "nome de leite", isto é, um primeiro nome que os
próprios filhos, mais tarde, poderiam ou não modificar de acordo com a sua
predileção.
Certa feita,
alguns jornalistas, fizeram um levantamento na Câmara dos Deputados e
verificaram que os nomes de animais e árvores predominavam no Poder
Legislativo, para o qual foram eleitos 12 Oliveiras, 10 Pereiras, 6 Carvalhos,
5 Silveiras, 4 Nogueiras, 2 Limas, 1 Pinheiro, 8 Carneiros, 4 Coelhos, 2
Pintos, 2 Bezerras, 1 Leão e 1 Cordeiro.
Evidentemente a
flora e a fauna ali se achavam bem representadas. Ao escrever esta frase,
veio-me à mente o curioso incidente no qual se envolveram o historiador e
diplomata Oliveira Lima e o irreverente satírico Emílio de Meneses.
Oliveira Lima
era alto e muito gordo. Sua esposa Dona Flora Cavalcanti, delgada de corpo,
formava com o esposo violento contraste.
Certa tarde o
casal passou na frente de um grupo de pessoas, onde se achava Emílio de
Meneses. Ao vê-los, o poeta exclamou:
"Ali vão a
Flora e a Fauna Brasileiras?"
Alguém teve a
imprudência de publicar a pilhéria no jornal; Oliveira Lima, enraivecido com a
frase, para humilhante, publicou violento artigo em "O Estado de São
Paulo", chamando Emílio de Meneses de bêbado, vadio e outros adjetivos
injuriosos.
A resposta de
Emílio de Meneses veio em forma de um soneto, bastante injusto e acrimonioso:
De carne mole e pele bambalhona,
Ante a própria figura se extasia.
Como oliveira – ele não dá azeitona,
Como lima – parece melancia.
Atravancando a porta que ambiciona,
Não deixa entrar nem entra. É uma mania!
Dão-lhe por isso a alcunha brincalhona
De "paravento da diplomacia".
Não existe exemplar na atualidade,
De corpo tal e ambição tamanha,
Nem para intriga igual habilidade.
Eis, em resumo, essa figura estranha:
Tem mil léguas quadradas de vaidade
Por milímetro cúbico de banha!...
Nomes Curiosos
Síntese de uma
palestra pronunciada no I.A.E., no dia 31/08/1961.
Denominamos
onomástica o estudo dos nomes próprios. Destes, os dois grupos mais significativos
são os antropônimos – nomes próprios de pessoas, e os topônimos – nomes de
lugares.
A nossa sucinta
palestra de hoje apresentará algumas curiosidades antroponímicas.
Há uma
tendência de pôr nos filhos nomes de personagens célebres, porque os pais estão
persuadidos de que nos seus pimpolhos está o gênio que tais nomes simbolizam.
Por isso encontramos no passado muitos Alexandres, Napoleões, Homeros,
Washingtons e entre nós os Getúlios, Ruis, Juscelinos, Ademares, Jânios e
muitos outros...
Logo depois da
Revolução Francesa, tornaram-se comuns os nomes de Danton e Robespierre.
As Marias e os
Josés, proliferaram muito em Portugal e no Brasil, por influência da Igreja
Católica.
Garcia Redondo,
proferiu há anos, em S. Paulo espirituosa conferência sobre nomes e sobrenomes
de pessoas do Brasil. Sobre negras chamadas Claras ou das Neves. Sobre
valentões chamados Pacíficos. Sobre terríveis pecadores com o nome de Jesus.
De sua palestra
nos valemos para enriquecer o nosso assunto:
Garcia Redondo,
sendo engenheiro, certo dia foi procurado por alguém que queria construir uma
casa. Esse homem bateu à porta e foi dizendo ao senhor que lhe apareceu: Quero
falar com o Dr. Redondo. "Sou eu", disse Garcia Redondo, que por
sinal era muito magro e alto.
- Não, disse o
homem, é com o engenheiro.
- Sou eu,
repetiu Garcia Redondo.
- Mas é com o
Senhor seu pai que eu quero falar.
- Esse não está
aqui e não é engenheiro.
- Então o
senhor é que é o engenheiro Redondo?
- Precisamente.
De que se
admira?
- É que eu
fazia idéia de que o senhor fosse muito mais velho, gordo, muito gordo, redondo
enfim.
Após esta
declaração, Garcia Redondo lhe perguntou: "E o senhor como se chama?"
- Oliveira, um
seu criado.
Garcia Redondo
fixou-o atentamente, olhando-o dos pés à cabeça.
Diante da
admiração do engenheiro, o Sr. Oliveira perguntou-lhe.
- O que se está
passando?
- Garcia
Redondo, com toda a naturalidade retrucou-lhe: "O senhor deve estar
enganado, não pode ter o nome de Oliveira, pois não tem raízes, galhos, folhas
e não produz azeitonas.
O conde de Monsaraz, poeta muito conhecido em
Portugal, chamava-se Antônio de Macedo Papança.
Um dia, ao
entrar numa pensão, o dono o cumprimentou em voz alta dizendo: "Bom dia
senhor Papança." Logo um senhor que estava tomando a refeição na estalagem
exclamou: "Papança! O senhor chama-se Papança. E como Monsaraz o olhasse
admirado, acrescentou sorrindo:
- É que eu me
chamo Papão.
Ouviu-se uma
gargalhada e logo um outro freguês, que estava adiante disse: "Papança e
Papão. Essa é muito boa, pois fiquem sabendo que eu me chamo Pança."
Eis como o
acaso reuniu num mesmo sítio das terras Lusitanas, um Papança, um Papão e um
Pança com o mesmo objetivo, o de encher a pança.
Os jornais
noticiaram há algum tempo, que a Sra. Gláucia de Andrade Só, havia contraído
casamento com o Sr. Pimenta. Depois de casada, essa senhora, passou a chamar-se
Gláucia de Andrade Só Pimenta. Imaginem que nome ardido.
Os pais deviam
usar o bom senso ao atribuir nomes aos filhos, evitando assim combinações desastrosas,
como estes dois nomes de alunas do nosso Colégio. Wilma Luca e Daica Brito. Ao
se casarem, recebendo o sobrenome do esposo livraram-se da seqüência não muito
agradável.
Todos nós já
ouvimos falar de nomes célebres da História Universal, como Frederico Barba
Roxa, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra.
Estes nomes:
João Palma de Santa Rita, Joaquim Ramos de Oliveira e Manuel Ramos de Arruda
são nomes botânicos, ornamentais e floridos. Há pouco tempo tivemos Nereu Ramos
e Flores da Cunha, nomes que se notabilizaram na política brasileira.
O Sr. Rolando
Caio da Rocha, possui um nome que mostra a sua preocupação e receio constante,
que ao rolar ele caía da rocha.
O nome
Florentina de Pinho, forma a frase: flor em tina de pinho. E por falar em
Pinho, quem não conhece no meio adventista as famílias Pinho e Campos? João
Pinho se casou com a Ester Campos. A primeira filha deste casal recebeu o nome
de Flora de Campos Pinho.
O nome feminino
Malvina Pereira forma uma frase incompleta, pois não nos declara o que a pessoa
mal viu na pereira.
O senhores João
Fachada de Casa Nobre e Antônio Gaio de Penaforte, talvez não se sintam muito a
vontade com os nomes que receberam de seus genitores.
Vital Brasil,
notável médico brasileiro, impressionado com o número de pessoas que morriam em
conseqüência de picadas de cobra, dedicou-se intensamente à produção do soro
antiofídico, instalando o Instituto Butantã, que tanto tem feito na solução
deste problema nacional. Ele deve ter pensado assim: Vi Tal Brasil necessitando
de alguém que o auxiliasse, que me atirei a essa nobre e elevada empreitada.
A possuidora do
nome Felicidade Perpétua de Macedo parece que estava solicitando constantemente
felicidade perpétua dê-ma cedo. A felicidade perpétua é melhor cedo do que
tarde. O senhor Jacinto Soares de Campos, nesta época de poluição do ar, vive
feliz, pois declara a todos: Já sinto só ares de campos. De fato é bem mais
agradável do que sentir ares de cidade.
Manuel Sola de
Sá Pato, parece ser uma incoerência, mas é um nome real. Casou-se e dessa união
apareceram muitas solinhas de sapatinhos.
O senhor
Felício de Arco e Flecha, apesar do seu nome, nunca andou com arco e flecha. Um
dos secretários de educação do Estado do Rio tinha como nome de família Flexa,
escrito com X. Alguém ponderou que uma das razões para o ensino não ir bem
naquela unidade da federação era esta: o próprio dirigente do ensino, não sabia
escrever o seu nome corretamente, já que Flecha deve ser grafado desta maneira.
Joaquim José
Faria Ovo é um nome que sempre está no condicional, indicando o que o seu autor
faria se fosse ave.
Temos aqui no
colégio, um nome bastante conhecido, que está sempre no futuro. Sabeis qual ê?
É o do professor Hélio que nos declara que ele sempre Será Fino. Olhando a sua
compleição física, cremos que ele sempre estará de acordo com o seu nome. Treze
de Maio de 1888, não indica apenas a data da abolição da escravatura no Brasil,
mas o nome de uma pessoa que nasceu exatamente naquele dia.
Um conde de
Portugal deu os seguintes nomes às suas duas filhas:
Celeste Aurora
do Jardim dos Anjos e Branca Açucena do Jardim dos Anjos. Nomes terrestres e
angélicos, mas bastante evocativos.
Um cidadão
brasileiro chamava-se Bento Coelho do Amaral Feio. Mas este não é o único feio
que existe, pois no Ginásio do Estado onde estudei havia um professor com o
sobrenome de Feio. A esposa do Feio não devia ser Feio, porque atentaria contra
as regras de concordância da gramática, devia ser Senhora Feia. Bela e Linda
são nomes femininos existentes entre nós, embora nem todas as portadoras destes
nomes façam jus ao título que levam.
Pacífico
Armando Guerra é um nome disparatado, porque não é possível ser pacífico e
armar guerra.
Outro nome
contraproducente é o do senhor Francisco Caldeira de Pinho, desde que não
existe nenhuma caldeira que possa ser feita de pinho.
Pinho Carneiro,
Carneiro Leão e Carvalho Pinto são nomes incoerentes.
Rosa de
Oliveira é tão disparatado como Nogueira de Carvalho, Leite Penteado e Carvalho
Lebre.
Capote Valente,
célebre advogado de S. Paulo, tem um nome disparatadíssimo, porque podemos
encontrar um capote resistente, agasalhador, quente, mas um capote brigão,
valente, isto nunca. E dizem que o Dr. Valente era um dos homens mais calmos e
pacatos de S. Paulo. Até hoje temos em Pinheiros a Rua Capote Valente.
Gelásio Pimenta
é um nome antitético, pois a sua primeira parte da idéia duma substância fria,
gelada, enquanto a segunda tem conotação de algo que queima ou arde.
Ainda nomes
paradoxais encontramos em Bárbaras que são cândidas e Cândidas que são
bárbaras. Um Gordo que é magro e um Magro que é gordo. Um Grande que é pequeno
e um Pequeno que é grande. Um Branco que é preto e um Preto que é branco. Um
Cordeiro que é lobo e um Lobo que é cordeiro.
Clara Branca das
Neves é um nome alvíssimo na sua formação, porém, a sua possuidora era uma
preta retinta.
Quando
presidente de mesas eleitorais, deparei com vários disparates onomásticos, ao
aparecerem as Claras e Clarices bem escuras, mas a senhora Preto, esposa de um
de nossos ex-estudantes, que de preto sã tinha o nome.
José Fatiota
Nova (Fatiota vem de fato - terno), era o nome de um maltrapilho que mendigava
nos subúrbios do Rio de Janeiro e que talvez nunca na vida, tivesse vestido uma
fatiota nova.
Horácio Penteado
era o nome de um senhor inteiramente careca, por isso só andava penteado no
nome.
O Sr. João
Casadinho, possuía um nome, que nos dá a entender que fosse um moço casado há
pouco tempo, porém era de um solteiro que morreu com mais de 80 anos.
No Brasil
tivemos as firmas: Domingos e Dias Santos, Leão Manso e Pato Bravo, Pires e
Leite Salgado, Matos e Campos e muitas outras existem por esses brasis afora
com nomes paradoxais.
Alguns poderão
estar pensando que muitos destes nomes citados são lucubrações inexistentes,
mas não o são, prezados estudantes, são todos nomes de pessoas reais que
existiram e outros ainda existem.
No Ceará
encontra-se um cidadão chamado: Raimundo Raio da Estrada de Ferro.
No Instituto
dos Beneficiários do Rio de Janeiro alguém colecionou uma lista de nomes deste
jaez:
Rodo Metálico,
José Casou de Calças Curtas, Prodamor Conjugal de Marina e Marixa, João Cólica.
No Pará existe
a família Campos, com os irmãos Prólogo, Capítulo, Errata e Epílogo de Campos.
Em Porto Alegre
há as irmãs Europa, Ásia, África e Oceania, dizendo o genitor que ainda espera
completar sua mapoteca filial com América, Pacífico, Atlântico e Báltico.
Em João Pessoa
existe uma professora com o nome de Dona Mariazinha Peguei-Te.
Além dos nomes
bizarros, já citados, podemos acrescentar:
Adão Neto
Religioso.
Aniversário
José de Freitas.
Antônio Noivo
da Silva.
Antônio Vinte
de Julho de Mil Oitocentos e Cinqüenta e Cinco.
Bonfilho Vinte
Filho.
Brasil Primeiro
Centenário da Independência.
Bernardino
Lopes Quatorze Voltas.
Estrada de
Ferro Central do Paraná.
Francisco Doce.
Gentileza de
Queirós Pimenta.
Goiânia
Goianita de Goiás.
José Esteves
Pastor da Igreja.
José Quarto
Filho.
Lúcio Sete de
Abril.
Maria Jantar
Oliveira.
Maria Mária
Mariá.
Maria Verônica
Conceição Sebesta.
Modesto
Pedregulho.
Oliveira Filho
e Neto.
Pedro Nunes
Folgado.
Pedro Prazer de
Nossa Senhora.
Pontino
Sessenta e Quatro.
Teresinha
Barbuda Pereira.
Valdomiro
Eduardo e Seus 39.
Arlindo Barba
de Jesus.
Cafiaspirina
Cruz.
João Cara de
José.
Céu Azul do Sol
Poente.
A.B.C. Lopes.
Restos Mortais
de Catarina.
Inocêncio
Coitadinho Sossegado de Oliveira.
Vitório Carne e
Osso.
Maria Passa
Cantando.
Graciosa
Rodela.
Joaquim Escova
de Palha.
Manuel Prego e
Machado.
Magnésia
Bisurada do Patrocínio.
Antônio Noites
e Dias.
Juana Mula.
João Pensa Bem.
Napoleão Estado
de Pernambuco.
Remédio Amargo.
Marimbondo de
Andrade.
Rolando Pela
Escada Abaixo.
Naída Navinda
Navolta Pereira.
José Maria
Guardanapo.
Francisco Filho
de Chinelo.
Ermínio
Nacional Futuro da Pátria Brasileira.
E para concluir
o sempre citado e por todos conhecido:
Um Dois Três de
Oliveira Quatro.
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